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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Líder de primeira viagem.

Recém treinada recebi bem o convite de ser líder da delegação de Belo Horizonte a participar do Youth Meeting 12-13 no Rio. De cara a coordenadora Viviani avisara que eu tinha sido premiada com uma delegação tranquila e de pais super participativos. Fiquei muito agradeciada. Os pais estão de parabéns pelo trabalho desenvolvido. Muito bom!

Na verdade não era a minha primeira experiência como líder, nem a primeira experiência com jovens desta idade e muito menos a primeira viagem, mas ainda assim era tudo novo, desafiador e por mais difícil que tenha sido: interessante, muito interessante!

Durante os nossos encontros fui percebendo que não ser velhaca de CISV não ia me tirar pontos, muito pelo contrário! Era interessante sentir a diferença no grupo. Mais tarde pude sentir o mesmo no acampamento.

No primeiro encontro com a delegação contei uma história. Prestaram atenção como se fossem crianças de cinco anos, com olhos cheios de expectativa. De cara eu deixei claro que eu não era uma personagem perfeita de contos de fadas, embora até possa parecer (ou não...). Luana talvez não fosse a líder que eles esperavam ter. Ela também estava cheia de expectativas, inseguranças e teria limitações que nem de brincadeira pensou em esconder.

Super compreensivos, Isabela, Lucas e Rebecca mais do que avisados estiveram alerta a todo tempo. O que eu não contei é que isso também era parte de uma tática para delegar-lhes responsabilidade, coragem e para deixar-lhes muitas vezes tomarem suas próprias iniciativas. Deu certo!


No entanto, o que vi foi além disso. Vi literalmente um grupo e não três jovens juntos. Companheiros, carinhosos, divertidos, criativos. Vi Rebecca achar definições para cada uma das palavras que Lucas (que também curtia sua primeira experiência CISViana) e eu ainda não sabíamos a respeito do CISV. Vi Isabela sempre muito carinhosa e que mal podia conter sua animação. Vi Lucas se empolgar aos poucos e de repente estar quase nos matando de tanto rir. E por falar em risos... Foram tantos!

Apesar de estar sempre desajeitada, com a impressão de estar no lugar errado, fazendo o que não deveria tive bons momentos no acampamento. Para evitar erros tentei ser o mais cautelosa possível e fui descobrindo que de fato eu era muito bem vinda. A inteligência, o companheirismo, o carinho, a alegria e a disponibilidade de delegação de Belo Horizonte certamente contagiou todo o grupo presente no acampamento. Éramos sempre muito participativos. Nossa delegação contribuía muito com as discussões sobre o tema violência. Acompanhando de perto o desenvolvimento e compreensão a respeito do tema o mínimo que posso dizer é que me senti orgulhosa. Foi um sucesso!

Fiquei muito satisfeita com o nosso trabalho! Eu pude perceber que nenhum dos sentimentos foram sem razão. Nem aquele medo de tudo, a ansiedade, a saudade que senti, o cansaço, o calor, a cautela que me exigi ter... E muito menos a diversão, a admiração desapertada, as novas boas experiências... Tudo valeu a pena!

Dois dias antes do nosso último dia no acampamento fui escolhida pelo grupo de líderes e staffs para fazer a atividade de encerramento do camp. “Precisamos de alguém com uma voz bem suave, que fala divagarim, bem baxim,que vai cumeno as palavras, mas sempre diz o que quer por inteiro.” – Foram mais ou menos essas as palavras que ouvi antes de dizer “Tudo bem! Eu faço a retrospectiva.” Depois de algumas dicas, naquela noite e só naquela noite eu tive uma idéia do que eu estava fazendo ali. Ainda era tempo! Na manhã seguinte ao conduzir a atividade eu estava satisfeitíssima e como se já não fosse o suficiente recebi vários abraços coletivos, um tchutchu delicioso, agradecimentos que eu podia reconhecer como sinceros e ter a certeza de que tudo tinha dado certo. À noite durante a cerimônia das velas eu ouvi Isabela dizer, orgulhosa de si mesma, que aquele tinha sido o melhor acampamento de todos! Rebecca chorava (ou ria, não dá pra saber!) sentindo falta dos vários amigos que tinha feito. Lucas tinha confessado ter ido por obrigação e agora, também em lágrimas, dizia que nem queria voltar.
Depois de tudo o que tínhamos vivido ali eu nada mais podia fazer além de abraçá-los forte e esperar a hora de voltar para casa porque como Bela eu sabia que tinha sido uma ótima experiência, como Beka eu sei bem o quanto as relações são indispensáveis, mas a saudade... Rubem Alves bem disse que “a saudade é a nossa alma dizendo para onde quer voltar”. E como era bom deixar o tudo aquilo para trás para estar de volta... Despedi-me do Rio, do YM, do CISV não com saudade, mas com a certeza de querer um dia voltar.

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